Câmera Solidária na revista Cadê o Síndico

Integração entre Governo do Estado e instituições privadas é essencial para auxiliar na prevenção ou repressão da criminalidade

Com as diversas situações diárias vistas em jornais e televisões, as pessoas se acostumaram a viver com medo. Sentindo-se inseguros em suas próprias ruas e casas. São tantos fatos na rotina, que podem ser elucidados com imagens de câmeras de segurança em tempo real e em alta resolução, que os equipamentos se tornaram essenciais nos condomínios. Com isso, um programa público estadual se aliou ao monitoramento privado dos imóveis para ampliar a prevenção e repressão da criminalidade nos bairros.

Em março deste ano, o governo da Bahia lançou o Projeto Câmera Interativa, através do Decreto nº 21.235, de 09 de março de 2022. O projeto permite o uso de imagens cedidas pela sociedade civil para auxiliar no combate ao crime, visando a redução de ações de criminosos, aumentando a sensação de segurança e o bem-estar da população baiana. A iniciativa se constitui em uma rede colaborativa com a finalidade de ampliar, de forma significativa, o sistema de monitoramento e vigilância da Secretaria da Segurança Pública (SSP), somando câmeras residenciais, do comércio e de entidades privadas, destinadas à captação de imagens públicas, às câmeras públicas já instaladas pelo Estado. “A iniciativa permite a criação de uma rede colaborativa para ampliar o sistema de monitoramento e vigilância da SSP. Com o projeto, integramos em tempo real as imagens das câmeras privadas ao Centro de Operações e Inteligência (COI), aumentando assim, as ações de acompanhamento e de investigação”, contou Sérgio Franco, proprietário da empresa Câmera Solidária, única que tem o registro de fornecedor neste projeto da SSP/BA.

COM O PROJETO, INTEGRAMOS EM TEMPO REAL AS IMAGENS DAS CÂMERAS PRIVADAS AO CENTRO DE OPERAÇÕES E INTELIGÊNCIA (COI), AUMENTANDO ASSIM, AS AÇÕES DE ACOMPANHAMENTO E DE INVESTIGAÇÃO.

Sérgio Franco – Proprietário da empresa Câmera Solidária

Para que o condomínio, o bairro e o comércio possam integrar as imagens das câmeras de monitoramento ao COI, é necessário contratar uma empresa com registro de fornecedor no projeto. “Com um investimento muito baixo, fazemos a locação dos equipamentos, incluindo instalação, manutenção e eventual reposição das câmeras IP inteligentes de alta definição e integradas ao monitoramento do COI”, ressaltou Sérgio FRanco.

Com um custo baixo mensal, a cada quatro moradores, por exemplo, é instalada uma câmera no bairro. “Assim, quanto mais pessoas aderirem, maior será a vigília, pois conseguimos construir uma rede inteligente de monitoramento que poderá identificar o paradeiro do meliante e o percurso feito durante uma ocorrência, além disso, os participantes terão acesso às imagens capturadas em todas as câmeras instaladas no sou bairro”, explicou Sérgio.

Além disso, os condomínios criam uma rede colaborativa de compartilhamento de imagens. “Ao perceber alguma movimentação suspeita, o condomínio pode acionar os demais vizinhos e assim garantir o cuidado de todos. E ainda, participar de grupos do monitoramento da região, compartilhar imagens geradas por câmeras externas instaladas em diversos pontos do bairro, e ter acesso ao conteúdo gravado”, disse Sérgio Franco.

Neste ano, o projeto auxiliou no esclarecimento do um crime bárbaro no Itaigara. “Com o monitoramento das câmeras foi possível identificar rapidamente o suspeito de matar a bancária Rita Maria Brito Fragoso e Silva, de 62 anos, no Itaigara. Com as gravações foi possível acompanhar toda ação do suspeito e ele foi preso pela polícia”, contou Sérgio.

A participação na rede colaborativa é espontânea e gratuita, sem gerar qualquer ônus para o estado e a sociedade civil, que pode deixar de compartilhar o material quando julgar conveniente. A SSP poderá acessar a gravação das imagens disponibilizadas e o acesso ocorrerá a partir do COI e dos 28 Centros Integrados de Comunicação ou unidades policiais interessadas.

AO PERCEBER ALGUMA MOVIMENTAÇÃO SUSPEITA, O CONDONIÍNIO PODE ACIONAR OS DEMAIS VIZINHOS E ASSIM GARANTIR O CUIDADO DE TODOS.

Sérgio Franco – Proprietário da empresa Câmera Solidária

As câmeras cedidas pela sociedade, que possuam contrato com um integrador, precisam estar instaladas e voltadas para as ruas e avenidas dos municípios baianos, e os fornecedores deverão enviar declaração de adesão à SSP e fornecer apenas imagens de locais públicos, como ruas, avenidas, parques e afins.

Devem ser informadas a descrição da(s) câmera(s), a especificação técnica, os quantitativos, o local de videomonitoramento público, a geolocalização, a Uniform Resource Locator (URL) da câmera e outras características necessárias à definição do objeto do ajuste a ser firmado.

[Carla Brayner – Revista Cadê o Síndico]

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